domingo, 5 de julho de 2009

Assim, assim...




Quer saber de uma coisa? Tudo pode ser bom, ruim e principalmente assim assim. Tudo ao mesmo tempo ou não, e não necessariamente nessa ordem.

Bom é chegar na praia à tardinha, anuncio de por de Sol, a águade ondas mansinhas Jogar bola na espuma e sob o céu encaixa como se fora Tafarel.

É bom também quando começa a chover e as gotas fazem cócegas na superfície do mar, como se um cardume infinito prometesse matar a fome de todo o Vidigal, Rocinha, Cidade de Deus e Vigário Geral. Ruim é lembrar daquele amigo que de prancha na mão morreu de um beijo roubado de um raio, da lembrança.

A correria,o medo... o medo... medo é bom, ruim é o medo de ter medo! Bom voltar trocar chuva por chopp e passar atrás da pelada, a bola vai pra fora e como na crônica de Rubem Braga sobra pra você que mata no peito faz embaixadinha e devolve redondo... num chute perfeito. Ruim é a fisgada na coxa sair mancando disfarçadamente...

A vergonha de tá decadente não é ruim, ruim é o orgulho que senega a reconhecer a decadência.

É bom a cidade estranha em que você nunca esteve e sabe que nunca mais vai voltar e, nesse lugar, você tem uma obrigação sem graça, que cumpre com estilo e precisão, traçando um dia perfeito no arco do tempo.

Quando cai a noite é bom tomar um banho e sob o chuveiro é bom sentir saudade. Ruim é não ter saudade, e como é bom sair sem direção pelas ruas da cidade pensando no que você fez da sua vida e no que a vida fez em você.

Bom é sonhar, realizar não é tão bom, mas ruim mesmo é não realizar.

O fim de um grande amor é muito, muito ruim, um grande amor não tem fim! Bom é amar, ruim é amar...

Bom é encarar a vida com fantasia. Quando um poeta desaparece é bom colocar chapéu de Bogar que tudo pode solucionar...

Ruim é encontrar o precipício, morrer não deve ser tão ruim assim...

E pode ser bom falar sobre bom e ruim, e pode ser pior assim assim ... bom!

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